CONSIDERAÇÕES DA AUDIÊNCIA REALIZADA NO MINISTÉRIO DA ECONOMIA - SECRETARIA DE GESTÃO DE PESSOAS
O Coletivo Mudança e Renovação
participou em 17 de julho de 2019, de reunião no Ministério da Economia – Secretaria
de Gestão de Pessoas. Segue abaixo as principais considerações e em breve deve
ser publicado o relatório completo da reunião pela FENASPS.
1.COMITÊ GESTOR DE CARREIRA
Reafirmamos a necessidade da
instalação imediata dos Comitês Gestores das Carreiras, tendo em vista que
implica diretamente em descumprimento de acordos de Greve 2015, lembrando que
no caso do INSS da Carreira do Seguro Social há previsão legal na Lei nº
13.324, de 2016, art. Art. 21-B e no caso da carreira da Seguridade Social
(Previdência, Trabalho e Saúde) consignado em acordo de greve (VEJA AQUI ).
Os representantes da Secretaria de
Gestão de Pessoas informaram que em relação ao acordo de greve de 2015 da Carreira
do Seguro Social com previsão legal, no final de 2018, no antigo Ministério do Planejamento
elaboraram uma minuta de decreto, porém o mesmo não teve andamento e no atual
momento da nova gestão ao que tange as carreiras públicas está sendo realizado um
estudo da área de gestão de carreiras que tem como princípio que todas
as carreiras terão o mesmo tratamento, nesse sentido não há previsão por parte
da gestão nesse momento de implementação de COMITÊ GESTOR DE CARREIRA e a intenção e apresentar uma proposta
única para todas as carreiras públicas, e nessa direção podendo ou não ter
a efetivação de COMITÊS GESTORES DAS CARREIAS. E por fim, solicitou aguardar os estudos da área
técnica, para próximo mês ou no segundo semestre.
AVALIAÇÃO: Ponderamos que as
diretrizes e o modelo de carreiras a ser definido pela área técnica precede a
necessidade da efetivação do Comitê Gestor da Carreira, que figura no
acordo de greve 2015 e lei, bem como há enorme expectativa da categoria, configurando-se
como quebra de acordo de greve, que já possui jurisprudência do
Supremo Tribunal Federal – STF (VEJA AQUI).
Pautamos também, que além da discussão da progressão e faixas salariais, existe
a urgência de definição de atividades e atribuições privativas e específicas,
devendo as mesmas figurarem em lei dos servidores da Carreira do Seguro Social,
visto que o INSS está alterando o escopo da autarquia sem atualizar e discutir
alterações da carreira.
A gestão diante dos argumentos
apresentou a proposta de discussões informais desvinculado da formalização do COMITÊ
GESTOR, ponderamos que esse tipo de proposta já foi apresentado por gestões
do INSS nos últimos anos, porém sem efetividade e nesses termos é devido a efetividade
dos COMITÊS.
Avaliamos que o pano de fundo colocado
para as carreiras públicas é o nivelamento das carreiras no chamado “CARREIRÃO”,
que já estava em curso no governo anterior conforme apresentado em audiências anteriores
(VEJA AQUI)
e nas mídias (VEJA AQUI).
2. INSALUBRIDADE E SIASS:
No caso da insalubridade foi pautado
mais uma vez que o problema persiste, visto que não estão sendo confeccionados
os laudos pelo setor de perícia médica federal prejudicando assim os servidores
em sua remuneração com a falta do adicional de insalubridade. No caso do SIASS ocorre a mesma situação com
a negativa do setor de perícia médica federal em realizar as perícias médicas,
bem como o desmonte da política de atenção à Saúde do Trabalhador
Os representantes da Secretaria de
Gestão de Pessoas informaram que foi orientado aos órgãos da gestão pública suspender
todos os pagamentos em que não há laudos de insalubridade, e com a expedição
dos laudos o compromisso é de realizar os pagamentos retroativos. Destacaram
que é um problema sério a ausência dos laudos e que estarão verificando
soluções internamente.
AVALIAÇÃO: Reiteramos a
nossa avaliação anterior que a atitude da Perícia Médica Federal está causando
inúmeros prejuízos aos servidores e que a gestão deveria encontrar soluções
imediatas para a questão. Os servidores não podem ficar à mercê dos desmandos
de quem quer que seja, nem tampouco serem usados como moeda de troca para
barganhas.
3. Devolução dos
valores descontados da Greve de 2009 e desconto dos dias paralisados em 2017 e
tratamento isonômico em relação à greve dos peritos médicos de 2015:
Os pontos foram ratificados novamente,
porém sem solução no caso da Greve de 2015 o INSS emitiu normativa ao planejamento
a época informando que já havia compensação dos dias não trabalhados pelos
peritos médicos, porém essa mesma tratativa não foi realizada para os
servidores da carreira do seguro social que compensaram os dias não
trabalhados através de sistema específico,
a questão em tela está criando desconfortos
nos pedidos de aposentadoria. Sobre essa questão os representantes da Secretaria
de Gestão de Pessoas informaram que basta o INSS emitir ofício ao Ministério da
Economia – Secretaria de Gestão de Pessoas, nos mesmos moldes da perícia
médica. Nos casos dos 03 dias paralisados em 2017 os representantes da Secretaria
de Gestão de Pessoas, ponderaram que o motivo do não reconhecimento se deu, em
virtude de não reconhecer pelos ofícios emitidos que se tratava pautas da
categoria e sim pautas gerais, desvinculadas de campanhas salariais. Argumentamos
que ocorreu falta de entendimento visto que nas campanhas salariais está
vinculado as pautas gerais. Posto isso os representantes da Secretaria de
Gestão de Pessoas ficaram de rever a questão e dá retorno posterior. Por fim, sobre os valores descontados da
Greve de 2009, os representantes da Secretaria de Gestão de Pessoas, apontaram desconhecimento
e solicitam o envio de informações.
4. ADICIONAL DE QUALIFICAÇÃO
Retomamos a questão da necessidade
de estabelecer uma política de adicional de qualificação, por exemplo,
no caso do INSS em determinados momentos os servidores foram estimulados em
investir em seus estudos com promessa de adicional de qualificação que gerou
expectativa aos servidores. Destacamos que uma política de adicional de
qualificação é fundamental para reconhecimento dos esforços efetivados pelos
servidores em seus estudos para seu desenvolvimento profissional e consequentemente
contribuindo para a instituição, o Estado e a sociedade.
Os representantes da Secretaria de Gestão de
Pessoas informaram que no presente esse ponto está em estudo e não há previsão
para sua efetivação.
AVALIAÇÃO GERAL
Após esta reunião e avaliando
a conjuntura e a política acelerada de desmonte do serviço público,
reafirmamos a necessidade urgente de mobilização da categoria em torno da discussão
da Carreira. Temos que lutar por uma Carreira com atribuições específicas e
indelegáveis, que de fato resguarde nossos empregos e expresse a importância do
nosso órgão enquanto garantidor de direitos para toda a sociedade. A discussão
da carreira é muito mais que um plano de carreira e perpassa pela discussão dos
ritmos e processos de trabalho, condições de trabalho e da valorização dos
servidores. É necessário que neste cenário de desmonte que os colegas entendam
a necessidade da construção de uma mobilização forte o suficiente para resistir
à esses ataques.
#carreirajá
Mudança e Renovação
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